Com a chegada do último trimestre de 2024, o cenário econômico global apresenta um ambiente em que os ativos de risco têm se beneficiado de um contexto de política monetária favorável, embora fatores de incerteza, como as eleições norte-americanas, ainda estejam no horizonte. Nos mercados emergentes, há uma notável dispersão de retornos entre diferentes regiões e classes de ativos, reflexo das características econômicas específicas de cada área. Dessa forma, investidores se perguntam: o que fazer com os investimentos nesta reta final do ano?
Política monetária nos EUA e estímulos na China influenciam mercados
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve continua direcionando o ciclo de afrouxamento monetário, enquanto a economia do país busca um “pouso suave”, evitando desacelerações drásticas. Já na China, o governo implementou estímulos que elevaram a confiança dos investidores, promovendo a alocação em ativos de risco para estimular o crescimento econômico. Apesar desse ambiente favorável, o risco geopolítico permanece um fator de alerta, com potencial impacto inflacionário que pode ser agravado por uma possível alta no preço do petróleo. Esse cenário torna essencial o monitoramento de variáveis econômicas globais para ajustes nas estratégias de investimento.
Panorama dos mercados e o desempenho de classes de ativos
O índice S&P 500 apresentou uma valorização de 20% nos três primeiros trimestres de 2024, um desempenho recorde desde 1997. ETFs locais, como o SPXI11, se destacaram com uma alta de 30%, impulsionada pela valorização do dólar frente ao real. Além disso, o ouro registrou ganhos acima de 14%, seu melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2016, e o bitcoin obteve crescimento notável, com o ETF BITI11 avançando mais de 15% no último trimestre, acumulando valorização de 60% ao longo do ano.
Mercado nacional e demanda por ativos de crédito e renda fixa
No Brasil, a demanda por fundos de crédito tem aumentado, resultando em compressão dos spreads de crédito. Ainda que atrativos, esses ativos demandam maior seletividade nas alocações. A renda fixa soberana, por sua vez, oferece retornos interessantes, especialmente em ETFs de renda fixa, que trazem vantagens tributárias e menores custos de transação. No mercado de ações, os preços atuais podem ser considerados um ponto de entrada atrativo, embora o contexto de alta da taxa básica de juros levante questionamentos sobre o potencial de valorização sustentável. Investidores buscam abordagens estruturadas, como o uso de ETFs, para otimizar a relação risco-retorno.
Estratégia de diversificação: Core-Satellite
Uma estratégia eficiente envolve a estrutura Core-Satellite, em que a maior parte do portfólio é alocada em investimentos estáveis e de baixo custo (Core), enquanto uma parcela menor é destinada a ativos mais arriscados (Satellite) para potencializar os retornos sem comprometer a segurança. Apesar dos bons resultados do terceiro trimestre, o último trimestre pode trazer novas turbulências, considerando a volatilidade provocada por incertezas geopolíticas, como o conflito Israel-Palestina, que pode mudar o cenário de forma imprevisível.
A importância da diversificação no cenário atual
Em meio a um cenário global dinâmico e desafiador, a diversificação entre classes de ativos e geografias se mantém como a principal estratégia para minimizar riscos e capturar oportunidades. Essa abordagem equilibrada permite que o investidor esteja preparado para resistir a possíveis choques econômicos e políticos, garantindo a estabilidade do portfólio frente a um ambiente em constante transformação.