Os recentes índices econômicos do Brasil mostram um panorama positivo: o PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre, a inflação está controlada e o desemprego caiu para o menor nível da série histórica, 6,8%.
No entanto, apesar desses dados promissores, a população não reflete essa melhora em seu cotidiano. Segundo o Instituto Datafolha, divulgado em agosto, apenas 26% dos brasileiros percebem uma melhora na situação econômica, enquanto 42% acreditam que a situação piorou e 29% consideram que permanece estável.
Diferenças na Percepção Econômica
A discrepância entre os dados econômicos e a percepção pública pode ser explicada por vários fatores. Embora o PIB tenha avançado e o desemprego esteja em baixa, muitos brasileiros ainda enfrentam dificuldades financeiras diárias.
Claudio Considera, da FGV, aponta que, apesar da inflação estar dentro da meta, o aumento dos preços dos alimentos impacta diretamente a vida dos consumidores, que compram comida diariamente, ao contrário de bens duráveis como eletrônicos, que são adquiridos com menos frequência.
Além disso, dados econômicos são calculados com base em médias que podem não refletir a realidade de todos os indivíduos. A percepção negativa pode ser intensificada por informações distorcidas nas redes sociais, como destacou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele observou uma campanha de desinformação que mina a confiança nos dados econômicos positivos.
Desaceleração e Expectativas Futuras
A previsão é de que a economia brasileira enfrente uma desaceleração no segundo semestre de 2024, após um início de ano sustentado por altos gastos públicos e uma boa safra agrícola.
Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, prevê uma queda no ritmo de crescimento econômico, o que pode afetar ainda mais a percepção pública. O mercado financeiro, entretanto, mantém uma perspectiva otimista, projetando um crescimento do PIB acima de 2,5% para o próximo ano.