O Banco Central do Brasil anunciou um marco importante na proteção dos usuários do sistema de transferências Pix: a devolução de R$ 1 bilhão a pessoas prejudicadas por fraudes ou falhas. Este feito notável começou a ganhar tração desde a criação do Mecanismo Especial de Devolução (MED) em 2021.
Segundo a autoridade monetária, deste montante, uma parte significativa, R$ 952,3 milhões, está relacionada a contestação por fraude. Outra fatia considerável, cerca de R$ 167,6 milhões, refere-se a problemas de falhas pontuais no sistema do Pix. A adoção do MED tem sido essencial para mitigar esses problemas.
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) no Combate às Fraudes
Em 2024, o MED já devolveu aproximadamente R$ 317 milhões aos usuários do sistema Pix, demonstrando uma evolução significativa desde seu lançamento. Apesar disso, apenas 32% das solicitações de devolução foram atendidas com sucesso entre janeiro e julho deste ano. Através do MED, o valor recuperado por fraudes atingiu R$ 284 milhões no período.
Essa taxa de recuperação relativamente baixa pode ser atribuída, em grande parte, à rapidez com que os golpistas transferem os recursos entre contas, dificultando o bloqueio e a devolução dos fundos. O MED opera de maneira eficiente apenas se houver recursos na conta de destino, com os bancos tendo um prazo de 30 minutos para iniciar as solicitações de devolução ao identificar uma fraude.
Como Funciona o MED?
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) foi desenvolvido para proteger os usuários do Pix, oferecendo uma forma de recuperar os valores perdidos por fraudes ou erros no sistema. Mas como exatamente ele funciona? Aqui está um resumo do processo:
- Identificação da fraude ou falha no sistema Pix.
- Bancos têm um prazo de 30 minutos para iniciar a solicitação de devolução.
- O dinheiro só pode ser devolvido se ainda estiver na conta de destino.
O MED tem se mostrado eficiente, mas a rápida movimentação dos golpistas ainda é um grande desafio para a plena recuperação dos valores.
O que é o MED 2.0?
Para melhorar a eficiência do atual mecanismo, o Banco Central já estuda a criação do “MED 2.0”. A nova versão promete trazer avanços significativos no rastreamento das transações Pix, facilitando a recuperação dos valores, mesmo quando os golpistas transferem o dinheiro para outras contas. O objetivo é tornar o processo de devolução mais ágil e eficaz.
O aprimoramento do MED visa corrigir os principais problemas enfrentados nas operações atuais, proporcionando maior segurança e tranquilidade para os usuários do sistema Pix.
Como se Proteger de Golpes no Pix?
O Banco Central também orienta os usuários a estarem atentos, principalmente com o golpe do Pix falso, que tem se tornado cada vez mais comum. Nesta fraude, o golpista contata a vítima afirmando ter feito um Pix por engano e solicita a devolução do valor, fornecendo uma chave Pix diferente da original. A vítima, acreditando na boa-fé do suposto pagador, acaba transferindo o dinheiro para a chave fornecida pelo golpista.
Após esse processo, o golpista abre um protocolo no MED, alegando ter sido vítima de golpe, levando à devolução do valor, que acaba sendo debitado da conta da vítima duas vezes. Para evitar esse tipo de problema, é crucial que os usuários sigam algumas precauções:
- Sempre confirme a chave Pix do destinatário antes de realizar uma transferência.
- Nunca faça devoluções de valores sem verificar a veracidade da solicitação.
- Desconfie de contatos não solicitados sobre erros em transferências.