O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) celebra o primeiro aniversário do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social. Desde a sua implementação, o tempo de espera por benefícios e o número de requerimentos diminuíram significativamente. No entanto, a iniciativa também levantou preocupações acerca de erros e possíveis fraudes no sistema.
A redução drástica na fila de espera foi um alívio para muitos segurados, mas especialistas apontam que o sucesso vem acompanhado de um aumento na aprovação de benefícios, possivelmente de forma indevida. O destaque negativo vai para a concessão do auxílio-doença, que apresentou um crescimento alarmante nos últimos meses.
Quais foram os impactos do Programa de Enfrentamento na Fila do INSS?
O Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social foi lançado com o intuito de diminuir o tempo de análise dos benefícios, bem como acelerar o processo de aprovação dos pedidos. A introdução do sistema digital Atestmed permitiu que perícias médicas fossem realizadas sem a necessidade de comparecimento presencial, aumentando a eficiência do INSS durante a pandemia e além dela.
Será que o aumento nas aprovações indica fraude no INSS?
Embora os resultados iniciais sejam positivos, há indícios de que a rapidez das aprovações possa ter levado a concessões indevidas. De acordo com Leonardo Rolim, ex-presidente do INSS e consultor no Congresso Nacional, a redução na espera custou o aumento significativo na aprovação de benefícios, especialmente o auxílio-doença.
Aprovação do auxílio-doença no INSS disparou
Desde que o sistema Atestmed foi adotado permanentemente, o número de aprovações de auxílio-doença cresceu exponencialmente. Em junho de 2024, o aumento foi de 55,5% em comparação ao mesmo mês de 2023. Muitas dessas aprovações ocorrem sem a necessidade de perícia presencial, levantando suspeitas de fraudes.
- Auxílio-doença: Aumento de 55,5% em aprovações.
- Aposentadoria por idade: Crescimento de 5,2%.
- Pensão por morte: Crescimento de 1,7%.
Queda na fila de espera do INSS
Antes do início do programa, em junho de 2023, o INSS acumulava 1,8 milhão de requerimentos pendentes, incluindo 597 mil pedidos de auxílio-doença. Em um ano, esses números foram reduzidos para 1,3 milhão de pedidos, dos quais 334 mil são solicitações de auxílio-doença. Mesmo com essa redução, o INSS ainda lida com um fluxo constante de novos requerimentos, cerca de 1 milhão mensais.
De acordo com dados recentes, 300 mil dos 1,3 milhões de pedidos ainda aguardam análise. A continuidade do programa deve focar em melhorar a precisão das aprovações, evitando fraudes e erros.